sábado, 10 de março de 2012

Período vitoriano

O romântico e o fúnebre


A época Vitoriana foi um período de grandes acontecimentos. A ascensão da rainha Vitória, uma epidemia de cólera, a emigração e morte de muitos Irlandeses, a evolução da fotografia, o livro "a origem das espécies" escrito por Charles Darwin, a morte do príncipe Albert e o luto da Rainha Vitoria e até mesmo um assassino em série, o famoso "Jack o estripador". As histórias de  Frankenstein e de vampiros surgiram ao lado do drama de Oscar Wilde. O período romântico também foi fúnebre. Havia toda uma forma dramática e romântica ao lidar com a morte. 







Na era vitoriana surgiram certos costumes sobre luto. A Rainha Vitória da Inglaterra conhecida como "Viúva de Windsor" afundou em luto após a morte de seu amado marido, o príncipe Albert. A vida da rainha já havia sido ofuscada pela morte, quando ela tinha apenas 08 meses de idade e seu pai, o duque de Kent morreu deixando-a órfã. Poucos dias depois seu avô King George III teve o mesmo destino, logo depois sua prima Isabel de York Georgiana morreu com 03 meses de idade sendo a terceira na linha de sucessão ao trono Inglês. Depois de uma série de mortes ela poderia garantir a sua posição como herdeira do trono da Inglaterra, uma das principais nações européias.

                                         Rainha Vitória

Fotografia Post-Mortem da Rainha Vitória, note a foto de seu marido              na cabeceira.

Outro fato pertinente a vestimenta de cor preta é que o luto, não era apenas praticado pelos cônjuges, mas também por parentes e amigos próximos.




  
  Sobre a moda em sí no período Vitoriano, sabemos que inicialmente, as roupas femininas além de românticas cumpriam o papel de esconder a silhueta feminina. Longos vestidos, magas e muito pano com adornos bordados, brilhantes e rendados. Em 1830 as saias encurtaram um pouco, as mangas passaram a ter mais assimetria. Os decotes acentuados em forma de V que realçavam o colo eram principalmente usados a noite. Como acessório nesta época, usava-se um xale de cashemire para cobrir os ombros e o colo e também leques adornados. Os sapatos tinham salto baixo e todo os tipos de jóias podiam ser usados para adornar a mulher. O espartilho fazia parte da vestimenta.
No livro “A Linguagem das Roupas”, Lurie descreve o  espartilho: “A mulher vitoriana usava várias camadas de corpetes. Três ou mais anáguas, uma armação de saia ou crinolina, e um vestido comprido que talvez contivesse vinte metros de lã grossa ou seda, e que freqüentemente, tinha barbatanas no corpinho e era adornado com tecido, fitas e contas complementares. Quando saía de casa, acrescentava um xale pesado e uma grande touca ou chapéu decorado com penas, flores, fitas e véu. Tudo junto, talvez carregasse de cinco a quinze quilos de roupa.”
Para os homens, o dandismo virou uma referência sendo introduzido por George Bryan Brummel. Camisas com golas altas, lenços com nós, Calça, casaco, colete. Tudo muito bem passado e arrumado tendo como acessório a indispensável cartola. 




Agora vem a parte mórbida. Muitas pessoas naquela época, tinham o costume da fotografia post-mortem. Era uma forma de lembrar do falescido e dedicar a foto a parentes e pessoas presentes no funeral. O romantismo da morte se deu com este hábito. O luto, as roupas pretas, o romantismo, a morbidez. Tudo junto. Essa foi a fase em que deixou muitos resquícios sobre o significado do traje preto. Uma rainha viúva e suas lamúrias. Toda um comportamento social baseado no luto e seus significados. Abaixo veremos algumas fotos post-mortem.







Eles colocavam os pertences das crianças, como brinquedos por exemplo, as arrumavam com sua melhor roupa, cuidavam de sua aparência como os cabelos. A foto também era adornada de flores, tecidos, laços. Um prato cheio para os góticos não? A última foto é de um viúvo e sua esposa falecida. 
Note agora que no cortejo funeral algumas pessoas vestem branco, usando outra simbologia, como de pureza e paz. Estes costumes influenciaram solidamente nossa cultura.



A Belle Époque surgiu na segunda metade do  período vitoriano e o ideal de beleza eram as formas arredondas, estas foram ressaltadas nas curvas femininas: o espartilho era exageradamente apertado, o que deixava o corpo feminino em formato de “S”.
A moda da época era ter cerca de 40 cm de cintura, para isso muitas mulheres, não satisfeitas com o exagerado espartilho, operavam para a retirada das costelas flutuantes. Sim, já havia esse conceito estético. Mas vamos ficar por aquí, no vitoriano...


 Por Chriscia Cross.
 

Um comentário:

  1. Bacana, seu post sobre a era vitoriana! E obrigada por colocar meu blog na sua lista. Vou retribuir a gentileza e te acompanhar mais de perto!

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