quarta-feira, 21 de março de 2012

A história da Lingerie


 A história da lingerie começa por volta do segundo milênio antes de Cristo. Em Creta, as mulheres usavam um corpete simples que sustentava a base do busto, projetando os seios nus. Essa "moda" era inspirada na
Deusa com Serpentes, ideal feminino da época. Na Idade Média, surgiram os ancestrais do corselete. Um deles era a cota, uma túnica com cordões. O outro era conhecido como bliaud, uma espécie de corpete amarrado atrás ou nas laterais, que apertava o busto como uma couraça e era costurado à uma saia plissada. O sorquerie era uma cota muito justa também conhecida como guarda-corpo ou corpete. E havia ainda o surcot, um colete enfiado por cima do vestido e amarrado.
Só no final da Idade Média, em torno do século XV, durante o ducado da Borgonha, é que as mulheres nobres passaram a usar um largo cinto sob o busto que, além de sustentar os seios, faziam com que eles
parecessem mais volumosos. Do século XV ao XVI, durante o Renascimento, a roupa íntima feminina ficou ainda mais rígida. É nesta época que surgiu o corps piqué, um corpete pespontado que apertava o ventre, afinava a cintura e deixava os seios com aspecto de cones. Esta peça era construída com uma haste, que muitas vezes era feita de madeira de buxo ou marfim. Havia, ainda, uma haste de metal central que, em alguns modelos, chegava a pesar até um quilo. Essas hastes eram trabalhadas com gravuras e inscrições,
pois, de acorddo com os costumes da época, podiam ser retiradas e exibidas em sociedade depois de um lauto jantar. No entanto, estes corpetes começaram a causar polêmica entre médicos esclarecidos, pois
comprimiam órgãos internos, causando entrelaçamento de costelas e até a morte.
Somente no século XVIII é que as mulheres começam a respirar, literalmente, um pouco mais aliviadas. É que as hastes de madeira e metal foram substituídas pelas barbatanas de baleia. Os decotes aumentaram e os corseletes passaram a ser confeccionados para comprimir a base do busto, deixando os seios em evidência. Também foi nesta época que os corseletes ganharam sofisticação. Eram bem trabalhados com bordados, laços e tecidos adamascados. E, a partir de 1770, junto com as idéias iluministas que culminaram com a Revolução francesa, houve uma espécie de cruzada anti-espartilho. Médicos, escritores, filósofos militavam contra os corseletes. No século XIX, as crinolinas (anáguas confeccionadas com tecidos rígidos, feitos de crina, para armar as saias), praticamente desapareceram. Mas o corselete permaneceu na moda. Em 1832, o suíço Jean Werly abriu a primeira fábrica de espartilhos sem costuras. E, em 1840, foi lançado um modelo com um sistema de de cordões elásticos. Isso permitia que a mulher pudesse, ela mesma, vestir e tirar a peça sozinha. Além do corselete, as roupas íntimas eram compostas por calças que chegavam até os joelhos, cheias de babadinhos.
A partir de 1900, o espartilho começou a se tornar mais flexível. Os balés russos de Serge de Diaghliev faziam muito sucesso em Paris. E seus trajes neo-orientais inspiraram costureiros como Paul-Poiret e Madeleine Vionnet que inventaram roupas que formavam uma silhueta mais natural. Em 1904, a palavra soutien-gorge (sutiã) entrou no dicionário francês. E em 1913, Mary Phelps Jacob inventou o sutiã, vendendo a patente para a Warner Company. No ano seguinte, 1914, com o início da Primeira Guerra Mundial, a mulher teve de trabalhar nas fábricas. Isso fez com ela precisasse de uma nova lingerie que lhe permitisse movimentação. Por isso, o espartilho foi substituído pela cinta. Nos anos 20, as roupas íntimas eram formadas por um conjunto de cintas, saiotes, calcinhas, combinações e espartilhos mais flexíveis.
E a lingerie passou a ter outras cores, além do tradicional branco.Em 1930, a Dunlop Company inventou um fio elástico muito fino, o látex. A roupa de baixo passou a ser fabricada em modelagens que respeitavam ainda mais a diversidade dos corpos femininos. E ,a partir de 1938, a Du Pont de Nemours anunciou a descoberta do náilon. E as lingeries coloridas, finalmente, tornam-se bem populares. Mas em 1939, com o início da Segunda Guerra Mundial, o náilon saiu do setor de lingerie e foi para as fábricas de pára-quedas.
Com o final da Segunda Guerra Mundial, o New Look do costureiro Dior, lançado em 1947, propunha a volta da elegância e dos volumes perdidos durante o período da guerra. Para acompanhar a nova silhueta proposta pelo costureiro, a lingerie precisava deixar o busto bem delineado e a cintura marcadíssima. Surgiram os sutiãs que deixavam os seios empinados e as cintas que escondiam a barriga e modelavam a
cinturinha.
No final dos anos 50 e início dos 60, os fabricantes começaram a se interessar pelas consumidoras mais jovens. A Lycra foi lançada com sucesso, pois permitia os movimentos. A lingerie passou a ter diversos
tipos de modelagens, embora, na maioria, ainda mantivesse os sutiãs estruturados. No final dos anos 70 e início dos 80, a inspiração romântica tomou conta da moda. Cinta-liga, meias 7/8 e corseletes, sem a antiga
modelagem claustofóbica, voltaram à moda. Rendas, laços e tecidos delicados enfeitavam calcinhas e sutiãs.
Dos anos 90 até os dias de hoje, a ligerie, assim como a moda, não segue apenas um único estilo. Modelagens retrô, como os caleçons, convivem com as calcinhas estilo cueca. Os sutiãs desestruturados
dividem as mesmas prateleiras com os modelos de bojo. Tecidos naturais, como o algodão, são vendidos nas mesmas lojas de departamento que os modelos com tecidos tecnológicos.

Fonte: manequim.abril.com.br
























domingo, 18 de março de 2012

Vestido preto - Sempre!


Vestido preto... Uma opção que vai de um simples cinema a um casamento. A escolha que deixa você esteticamente magra, elegante, misteriosa... Pode ser combinado com diversos acessórios. Existem várias modelagens, de vários tecidos e texturas. Uma delas será perfeita para você. Vai por mim.
O começo dessa visão fashion!
No ano de 1926, a revista Vogue publicou um croqui da costureira francesa Coco Chanel : um vestido preto, simples, reto, comprimento um pouco abaixo do joelho e com detalhes preto e branco nos punhos. O editor da revista parecia advinhar o que estava por vir: "Vai se tornar o uniforme de toda mulher de bom gosto".
Além do vestido preto, Chanel trabalhou em acessórios e perfumaria.
Abaixo alumas frases para você se inspirar:

"Toda mulher precisa de um vestido preto e um homem que a ame"
   -Coco Chanel

"uma mulher sem perfume é uma mulher sem alma".
   -Coco Chanel

Em 1961 a atriz Audrey Hepburn na pele da personagem Holly Golightly solidificou o vestidinho preto no filme Bonequinha de luxo ("Breakfast at Tiffany's"). O vestido criado pelo costureiro francês Hubert de Givenchy se tornou parte da história da moda. O vestido preto foi nomeado pelos norte-americanos de "Little black dress" (LBD). Na sequência, surgiu o Rock n' Roll e o preto passou a ser usado pelos "rebeldes".  Hoje, existem muitos gêneros do Rock e sub-gêneros, cultuldbras e sub-culturas como o Hevy Metal, o Gótico e suas vastas influências, o Black Metal e tantos outros... Existem milhares de referências ao uso da vestimenta preta. Desde as arcaicas extrações do pigmento carbon black até nossa tecnologia sintética.
















  




sábado, 17 de março de 2012

1ª postagem das "Diabas".



Vou explorar neste post as Diabas que vivem por aí a nos hipnotizar com suas vesties negras e escarlates. Além da roupa, há uma expressão, um corpo falante, uma mente inquieta querendo nos dizer algo. Através deste conjunto, a personalidade aflora, provando que a moda vai além do pano. É também comportamento.









      







Todas as fotos com seus respectivos direitos.
         By Chriscia Cross

sábado, 10 de março de 2012

Período vitoriano

O romântico e o fúnebre


A época Vitoriana foi um período de grandes acontecimentos. A ascensão da rainha Vitória, uma epidemia de cólera, a emigração e morte de muitos Irlandeses, a evolução da fotografia, o livro "a origem das espécies" escrito por Charles Darwin, a morte do príncipe Albert e o luto da Rainha Vitoria e até mesmo um assassino em série, o famoso "Jack o estripador". As histórias de  Frankenstein e de vampiros surgiram ao lado do drama de Oscar Wilde. O período romântico também foi fúnebre. Havia toda uma forma dramática e romântica ao lidar com a morte. 







Na era vitoriana surgiram certos costumes sobre luto. A Rainha Vitória da Inglaterra conhecida como "Viúva de Windsor" afundou em luto após a morte de seu amado marido, o príncipe Albert. A vida da rainha já havia sido ofuscada pela morte, quando ela tinha apenas 08 meses de idade e seu pai, o duque de Kent morreu deixando-a órfã. Poucos dias depois seu avô King George III teve o mesmo destino, logo depois sua prima Isabel de York Georgiana morreu com 03 meses de idade sendo a terceira na linha de sucessão ao trono Inglês. Depois de uma série de mortes ela poderia garantir a sua posição como herdeira do trono da Inglaterra, uma das principais nações européias.

                                         Rainha Vitória

Fotografia Post-Mortem da Rainha Vitória, note a foto de seu marido              na cabeceira.

Outro fato pertinente a vestimenta de cor preta é que o luto, não era apenas praticado pelos cônjuges, mas também por parentes e amigos próximos.




  
  Sobre a moda em sí no período Vitoriano, sabemos que inicialmente, as roupas femininas além de românticas cumpriam o papel de esconder a silhueta feminina. Longos vestidos, magas e muito pano com adornos bordados, brilhantes e rendados. Em 1830 as saias encurtaram um pouco, as mangas passaram a ter mais assimetria. Os decotes acentuados em forma de V que realçavam o colo eram principalmente usados a noite. Como acessório nesta época, usava-se um xale de cashemire para cobrir os ombros e o colo e também leques adornados. Os sapatos tinham salto baixo e todo os tipos de jóias podiam ser usados para adornar a mulher. O espartilho fazia parte da vestimenta.
No livro “A Linguagem das Roupas”, Lurie descreve o  espartilho: “A mulher vitoriana usava várias camadas de corpetes. Três ou mais anáguas, uma armação de saia ou crinolina, e um vestido comprido que talvez contivesse vinte metros de lã grossa ou seda, e que freqüentemente, tinha barbatanas no corpinho e era adornado com tecido, fitas e contas complementares. Quando saía de casa, acrescentava um xale pesado e uma grande touca ou chapéu decorado com penas, flores, fitas e véu. Tudo junto, talvez carregasse de cinco a quinze quilos de roupa.”
Para os homens, o dandismo virou uma referência sendo introduzido por George Bryan Brummel. Camisas com golas altas, lenços com nós, Calça, casaco, colete. Tudo muito bem passado e arrumado tendo como acessório a indispensável cartola. 




Agora vem a parte mórbida. Muitas pessoas naquela época, tinham o costume da fotografia post-mortem. Era uma forma de lembrar do falescido e dedicar a foto a parentes e pessoas presentes no funeral. O romantismo da morte se deu com este hábito. O luto, as roupas pretas, o romantismo, a morbidez. Tudo junto. Essa foi a fase em que deixou muitos resquícios sobre o significado do traje preto. Uma rainha viúva e suas lamúrias. Toda um comportamento social baseado no luto e seus significados. Abaixo veremos algumas fotos post-mortem.







Eles colocavam os pertences das crianças, como brinquedos por exemplo, as arrumavam com sua melhor roupa, cuidavam de sua aparência como os cabelos. A foto também era adornada de flores, tecidos, laços. Um prato cheio para os góticos não? A última foto é de um viúvo e sua esposa falecida. 
Note agora que no cortejo funeral algumas pessoas vestem branco, usando outra simbologia, como de pureza e paz. Estes costumes influenciaram solidamente nossa cultura.



A Belle Époque surgiu na segunda metade do  período vitoriano e o ideal de beleza eram as formas arredondas, estas foram ressaltadas nas curvas femininas: o espartilho era exageradamente apertado, o que deixava o corpo feminino em formato de “S”.
A moda da época era ter cerca de 40 cm de cintura, para isso muitas mulheres, não satisfeitas com o exagerado espartilho, operavam para a retirada das costelas flutuantes. Sim, já havia esse conceito estético. Mas vamos ficar por aquí, no vitoriano...


 Por Chriscia Cross.